A capacidade de alcance das histórias em quadrinhos repercute direta ou indiretamente na sociedade. Pois muitas destas, apresentam em seu enredo assuntos de interesse social, tais como: drogas, preconceitos, sexo, violência, justiça e muitos outros. Essas narrativas, nas mãos dos educadores, são instrumentos importantíssimos nos processos educativos e podem contribuir para ações genuinamente éticas. Recentemente, o Papa Francisco escreveu uma encíclica que faz um convite todo especial para o cuidado da casa comum, o Planeta Terra.
Na década de 90, popularizou-se uma animação com o título Capitão Planeta. Até os dias atuais continua vivo na memória de muita gente, ainda porque a história girava em torno da temática da responsabilidade social. A narrativa animada foi criada pelo fundador do Cartoon Network, Ted Turner. A criação desta demonstra a preocupação dele com os problemas ecológicos que o Planeta vinha sofrendo, a vivacidade da animação alertaria diversos países e com certeza influenciaria as crianças, jovens e adultos.
No seriado piloto, Gaia, o espírito da terra. Que estava adormecida, desperta devido aos abusos humanos. Como forma de defender seus próprios recursos naturais, ela envia cinco anéis com poderes. Os responsáveis por estes, são cinco jovens escolhidos ao redor do mundo. Cada um desses, carrega consigo um anel mágico que representa os elementos da natureza e um representa o poder do coração. Os encarregados pelos anéis são: Kwame vindo da África; Wheeler da América do Norte; Linka da Europa Ocidental; Gi da Ásia; e, Ma-Ti da América do Sul.
O poder elementar de cada anel corresponde a um bem natural. A terra é um desse, assim como representa a esperança de um mundo melhor entre todos, quem cuida desse anel da Terra é Kwame. Joey Wheeler, carrega a responsabilidade de zelar pelo anel do fogo. Este expressa a convivência humana com as grandes Metrópoles. O terceiro anel, do vento, fica sob o encargo da Linka. Este, assinala para o uso ético e responsável da ciência e tecnologia em favor do mundo. Gi possui o anel da água, simulando a empatia para com os animais e ecossistemas. Por fim, o quinto anel, do coração. Quem carrega-o no dedo é Ma-Ti, o anel representa a sabedoria dos povos e culturas humanas.
O anel carrega consigo um simbolismo todo especial, une sentimentos de compromisso e responsabilidade. Temos como exemplo, o anel de tucum (que poderia ser uma outra análise), este representa disposição por uma causa a ser defendida. Fica mais evidente quando nota-se que cada portador e responsável pelo anel e pelo planeta vem de uma região diferente, abrindo o leque da universalidade. Como um diapasão (objeto utilizado para afinar instrumentos musicais), que contribui para uma corrente uníssona, que pode ser direcionada para a mesma causa.
Podemos ponderar que o protetor do planeta, criado na década de noventa, não alcançou todos os objetivos almejados. Uma vez que, vinte e cinco anos depois um apelo foi lançado universalmente, sendo que toda educação ecológica recebida nessa década não evitou que o mundo fosse degradado a passos largos, e o que soa mais preocupante, sem nenhuma projeção de melhora.
Nem tudo está perdido, a Mãe Terra continua clamando por ajuda e enviando seus poderes naturais para o combate contra as atrocidades humanas em meio natural. Melhor de tudo é saber que cada um pode fazer sua parte na luta contra a degradação da Casa Comum, com atitudes simples e responsáveis: não desperdiçando água, não jogando lixo em locais inapropriados, com a seleta coletiva e muitas outras formas. Obviamente, com cada um fazendo sua parte é possível ouvir ressoar que “com a união de nossos poderes, o Capitão Planeta agradece”. O convite foi lançado!!